ORIGEM DOS NOMES FAMILIARES |
Os
sobrenomes - ou nomes de família - surgiram para identificação das pessoas do
povo durante a baixa Idade Média. Anteriormente, só eram utilizados pelos reis
e nobres. Para reproduzir os hábitos de personagens importantes, ou,
simplesmente, para buscar diferenciação numa época de grande expansão demográfica,
os homens mais comuns passaram a utilizar como sobrenomes as designações de
seus ofícios ou habilidades, de seus lugares, de suas condições sócio-econômicas,
de plantas ou animais, adotando, enfim, as mais variadas nomeações que os
identificassem. Muito
além de mera designação, o sobrenome é um patrimônio da família, marca
exclusiva que representa toda uma linhagem, nomeação que se estende por gerações
e gerações, identificando características físicas e comportamentos
semelhantes. Entretanto, a descendência não se limita ao plano genético, mas
se desenvolve no campo histórico. Nesse sentido, a recomposição das
linhagens, ilustrada por árvores genealógicas com nomes e datas, tão útil na
esquematização das pesquisas, não se apresenta como registro muito
esclarecedor. A
história de família, percorrendo os marcos dos sobrenomes, abrange
necessariamente os cenários e as circunstâncias nos quais viveram os
personagens, enfrentando seus desafios e assumindo suas venturas. A reconstrução
histórica da formação familiar conduz, portanto, a interpretações capazes
de estabelecer uma ponte entre o passado e o presente, entre os ancestrais e
seus descendentes, revelando-se como a maior homenagem que se pode prestar aos
antepassados. Texto de Sandro Ferrari
|